Fernandão: Também, porque eu ter vindo pro Internacional se deu muito pela visita do Fernando em Goiânia, de olhar no olho e ver o compromisso do dirigente que queria algo realmente, então influencia. Agora, muito mais do aquilo, foi a convivência que tive durante quatro anos aqui dentro com o Fernando e sem duvida nenhuma é um dos grandes dirigentes que eu tive. Então sem dúvida nenhuma que influencia.
Jogada de Mestres: Você acompanhou de perto a evolução do Internacional, a estruturação e tudo mais. O que as diferencia dos outros clubes, brasileiros e estrangeiros? No que isso influenciou para que você se tornasse o ídolo que é?
Fernandão: Eu acho que o que me fez me tornar ídolo aqui dentro foram as conquistas, minha maneira de ser, minha maneira de agir, e de sempre demonstrar uma vontade imensa de vestir a camisa do Inter quando eu entrava em campo. Agora em relação a estruturação, quando eu cheguei em 2004 eu tava eu estava vindo da França, e não devia muito pra grandes clubes do futebol brasileiro. O tempo passa e hoje eu acho que o Inter ta muito atrasado na parte estrutural, principalmente de treinamentos, tanto do profissional quanto da base. Quase que paramos no tempo com as conquistas e hoje a estrutura realmente não é adequada e perdemos para muitos times do Brasil que tem uma estrutura de treinamento melhor. Não estou desmerecendo em nada o que nós temos. O que temos dá para sobreviver, tanto é que conquistamos títulos todos os anos. Mas a melhora e a evolução têm que sempre existir.
Jogada de Mestres: Seu nome é sempre associado ao Internacional, pelo fato de ter sido capitão do time nas duas das maiores conquistas do clube, que foram a Libertadores e o Mundial de 2006. Qual a sensação de ser o ícone dessas conquistas ter levantado os troféus e ser lembrado por todos os torcedores que acompanharam a trajetória desse time campeão?
Fernandão: Eu acho que eu tive a grande sorte de ter tido companheiros, um treinador excepcional na época, e um grupo que queria realmente aquilo que era o grande objetivo do clube. O grande mérito daquele grupo foi meu, do Clêmer e de outros grandes lideres, ter conseguido com que o grupo entendesse o nosso pensamento, a nossa vontade, o nosso desejo e nosso caminho acima de tudo. Mas eu não me associo com ícone. Eu acho que eu fui mais um. Fui capitão pela minha maneira, pela minha postura e lógico que acabo sendo marcado de uma maneira ou de outra.
Jogada de Mestres: O Mundial de 2006, por exemplo, foi o ápice da história do futebol do Internacional. Em relação à estrutura diferenciada do clube, o que foi essencial para que os jogadores tivessem as condições ideias de trabalho? O quanto isso facilitou no trabalho dos profissionais que estavam envolvidos nessas conquistas?
Fernandão: Eu acho que começou com a Libertadores de 2004, 2005, 2006. E até hoje nós temos uma boa estrutura, lógico que poderíamos estar melhor, mas temos uma boa estrutura. Acho que pra Mundial, foi a logística que nós tivemos de ter ido para o Japão um tempo antes, para se adaptar ao fuso-horário, à comida, ao frio, aos treinamentos, tudo isso influenciou. Para falar de estrutura, grande mérito para a logística do Inter daquela época, que escolheu bons locais de treinamentos, um grande hotel que nós ficamos, ou seja, tínhamos tudo que nós precisávamos para poder estar totalmente concentrado para o jogo.
Jogada de Mestres: Em 2008, quando saiu do Internacional, você prometeu voltar um dia ao clube, seja como jogador, como dirigente ou torcedor. Você hoje é o atual Diretor de Futebol do Internacional. Até que ponto o fato de ter sido jogador te ajuda nessa nova função? E quais são as dificuldades que você enfrenta agora fora das quatro linhas?
Fernandão: 100% acho. Só aceitei o convite porque era o Internacional, local que eu conheço, praticamente uma casa que eu tenho. Conheço as pessoas que trabalham ali dentro do futebol, as pessoas da administração, isso tudo influencia. Eu conheço a mentalidade do jogador, já que há pouco tempo eu estava do outro lado, e conheço o que o povo do sul gosta, o que o torcedor colorado gosta de ver no seu time, então isso ajuda bastante, faz com que eu possa cobrar conversar e, às vezes, motivar o jogador de uma maneira que um ou outro não conseguiria se não conhecesse a historia do Internacional.
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