quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Bate Bola com o ídolo colorado: Fernandão





Jogada de Mestres: Quando você atuava na França, o Fernando Carvalho, presidente do clube na época, fez um grande esforço pra te contratar. Essa negociação te influencia em algo ou serve como parâmetro, agora que atua como diretor de futebol?

Fernandão: Também, porque eu ter vindo pro Internacional se deu muito pela visita do Fernando em Goiânia, de olhar no olho e ver o compromisso do dirigente que queria algo realmente, então influencia. Agora, muito mais do aquilo, foi a convivência que tive durante quatro anos aqui dentro com o Fernando e sem duvida nenhuma é um dos grandes dirigentes que eu tive. Então sem dúvida nenhuma que influencia.

Jogada de Mestres: Você acompanhou de perto a evolução do Internacional, a estruturação e tudo mais. O que as diferencia dos outros clubes, brasileiros e estrangeiros? No que isso influenciou para que você se tornasse o ídolo que é?

Fernandão: Eu acho que o que me fez me tornar ídolo aqui dentro foram as conquistas, minha maneira de ser, minha maneira de agir, e de sempre demonstrar uma vontade imensa de vestir a camisa do Inter quando eu entrava em campo. Agora em relação a estruturação, quando eu cheguei em 2004 eu tava eu estava vindo da França, e não devia muito pra grandes clubes do futebol brasileiro. O tempo passa e hoje eu acho que o Inter ta muito atrasado na parte estrutural, principalmente de treinamentos, tanto do profissional quanto da base. Quase que paramos no tempo com as conquistas e hoje a estrutura realmente não é adequada e perdemos para muitos times do Brasil que tem uma estrutura de treinamento melhor. Não estou desmerecendo em nada o que nós temos. O que temos dá para sobreviver, tanto é que conquistamos títulos todos os anos. Mas a melhora e a evolução têm que sempre existir.

Jogada de Mestres: Seu nome é sempre associado ao Internacional, pelo fato de ter sido capitão do time nas duas das maiores conquistas do clube, que foram a Libertadores e o Mundial de 2006. Qual a sensação de ser o ícone dessas conquistas ter levantado os troféus e ser lembrado por todos os torcedores que acompanharam a trajetória desse time campeão?

Fernandão: Eu acho que eu tive a grande sorte de ter tido companheiros, um treinador excepcional na época, e um grupo que queria realmente aquilo que era o grande objetivo do clube. O grande mérito daquele grupo foi meu, do Clêmer e de outros grandes lideres, ter conseguido com que o grupo entendesse o nosso pensamento, a nossa vontade, o nosso desejo e nosso caminho acima de tudo. Mas eu não me associo com ícone. Eu acho que eu fui mais um. Fui capitão pela minha maneira, pela minha postura e lógico que acabo sendo marcado de uma maneira ou de outra.

Jogada de Mestres: O Mundial de 2006, por exemplo, foi o ápice da história do futebol do Internacional. Em relação à estrutura diferenciada do clube, o que foi essencial para que os jogadores tivessem as condições ideias de trabalho? O quanto isso facilitou no trabalho dos profissionais que estavam envolvidos nessas conquistas?

Fernandão: Eu acho que começou com a Libertadores de 2004, 2005, 2006. E até hoje nós temos uma boa estrutura, lógico que poderíamos estar melhor, mas temos uma boa estrutura. Acho que pra Mundial, foi a logística que nós tivemos de ter ido para o Japão um tempo antes, para se adaptar ao fuso-horário, à comida, ao frio, aos treinamentos, tudo isso influenciou. Para falar de estrutura, grande mérito para a logística do Inter daquela época, que escolheu bons locais de treinamentos, um grande hotel que nós ficamos, ou seja, tínhamos tudo que nós precisávamos para poder estar totalmente concentrado para o jogo.

Jogada de Mestres: Em 2008, quando saiu do Internacional, você prometeu voltar um dia ao clube, seja como jogador, como dirigente ou torcedor. Você hoje é o atual Diretor de Futebol do Internacional. Até que ponto o fato de ter sido jogador te ajuda nessa nova função? E quais são as dificuldades que você enfrenta agora fora das quatro linhas?

Fernandão: 100% acho. Só aceitei o convite porque era o Internacional, local que eu conheço, praticamente uma casa que eu tenho. Conheço as pessoas que trabalham ali dentro do futebol, as pessoas da administração, isso tudo influencia. Eu conheço a mentalidade do jogador, já que há pouco tempo eu estava do outro lado, e conheço o que o povo do sul gosta, o que o torcedor colorado gosta de ver no seu time, então isso ajuda bastante, faz com que eu possa cobrar conversar e, às vezes, motivar o jogador de uma maneira que um ou outro não conseguiria se não conhecesse a historia do Internacional.

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